segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pesquisa da ENSP aponta que 2.265 óbitos no Brasil estavam fora do Sistema


"A indisponibilidade de dados vitais completos e confiáveis compromete a avaliação de ações de saúde, e o monitoramento do grau de cobertura dos eventos e da adequação dos dados informados são procedimentos importantes para a construção de indicadores fidedignos da situação de saúde." A constatação foi feita pela aluna de doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP, Wanessa da Silva de Almeida, em sua tese orientada pela pesquisadora Célia Landmann Szwarcwald. Segundo Wanessa, com a valorização das informações desagregadas por município, incentiva-se a utilização dos dados dos Sistemas de Informações Vitais do Ministério da Saúde. Entretanto, limitações relacionadas à consistência e à cobertura dessas informações dificultam a estimativa da mortalidade infantil em alguns municípios brasileiros. A tese dela propõe uma metodologia de estimação do Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) que considere a subenumeração de óbitos e o porte populacional e estime fatores de correção para os óbitos informados ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) na esfera municipal. Entre os três artigos produzidos a partir do estudo, um deles objetivou investigar diversas fontes oficiais e não oficiais de informações com base na Pesquisa de Busca Ativa de Óbitos no Brasil, realizada em 2014. Nessa pesquisa, foram captados 2.265 óbitos que não foram informados ao SIM. Desses, 49,3% foram encontrados em fontes não oficiais, cemitérios e funerárias. Em alguns municípios rurais, foram observadas condições precárias de sepultamento em cemitérios no meio da mata e sem registro do falecido.SAIBA MAIS