segunda-feira, 11 de maio de 2015

SMPM- Dia das Mães: Ser mãe, com respeito e autonomia

“Ser mãe, com respeito e autonomia”

Imagem de Cardoso Alves
No mês de maio em que se comemora o Dia das Mães a justa valorização da mulher por gerar e cuidar das novas gerações é benvinda pois o exercício da maternidade requer generosidade,  coragem e dedicação.

Contudo, é importante também trazer à reflexão sobre os limites e dificuldades que as mulheres ainda vivenciam no processo reprodutivo. Entre os exemplos destas dificuldades está a solidão daquelas que exercem a maternidade com a ausência dos parceiros – no Estado de São Paulo, em 2011 eram 663.375 crianças sem o nome do pai no registro de nascimento, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. A ausência de responsabilização e da própria noção de paternidade vem da construção desigual dos papeis e funções de cuidados, e as mulheres sofrem esse impacto na pele.


No mercado de trabalho ainda persistem as demissões ou prejuízos na ascensão profissional em razão da maternidade, mesmo com a legislação trabalhista que garante estabilidade.

  As dificuldades são muitas, inclusive as que ocorrem no momento de acessar os meios para planejar e garantir autonomia na escolha de quando e como ser mãe, A gravidez na adolescência é uma realidade do município, em especial para as jovens negras, e  é importante  possibilitar  as jovens mulheres o empoderamento   para que tenham  alternativas de vida, através de ações que incluam a prevenção, informação e o protagonismo dessas jovens . Neste sentido, a Prefeitura de São Paulo instalou  um Grupo de Trabalho Intersecretarial para a discussão dessa temática, articulado pela Coordenação da Política Municipal para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância, conhecido como programa São Paulo Carinhosa.

Ademais a creche continua sendo uma necessidade premente das mães – inclusive agravada pela paternidade não compartilhada – e tem um forte significado pois é o caminho para que as mulheres que são mães possam estudar e/ou trabalhar e alcançarem  autonomia econômica e social. A Prefeitura  de São Paulo construiu 31 Centros de Educação Infantil e ofereceu 43.178 novas vagas até este ano, com a previsão de ampliação deste número já  proposta  no Plano de Metas ,  por conta  do compromisso  com a consolidação de espaços de cuidados públicos, demanda histórica do movimento de mulheres.

Entre as tantas dificuldades, a violência obstétrica é um das mais cruéis. Assim como  outras opressões de gênero, a violência obstétrica  expressa o domínio sobre o corpo das mulheres porém ocorre em delicado momento da vida e acontece  pelo pouco  acesso à informação sobre os procedimentos no momento do parto e o desrespeito às suas escolhas em relação ao próprio corpo.

A SMPM, que tem entre suas diretrizes o enfrentamento à todas as formas de violência de gênero, atua para mudar essa cultura e entende que nesse horizonte o embate  à violência obstétrica é uma frente de atuação fundamental. Neste sentido participamos  e ajudamos a construir a realização da Audiência Pública sobre Violência Obstétrica na Assembéia Legislativa de São Paulo contribuindo  com a busca de estratégias para avançar no enfrentamento desta violência silenciosa e oculta pela desinformação e cultura dos ambientes onde ocorrem.

A audiência pública foi organizada por diferentes  parcerias que atuam na defesa dos direitos das mulheres, promovendo um fórum para ouvir os relatos de quem  que passou  por violência obstétrica e que, ao final, produziu um documento que contribui com informações e indicações de estratégias para o enfrentamento a este tipo de violência.

A Prefeitura do município de São Paulo, atenta e comprometida em desenvolver políticas voltadas para as mulheres, em 2013 sancionou a Lei Municipal 15.894 que aponta as diretrizes do Plano Municipal para a Humanização do Parto. O programa Parto Seguro da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Programa Nacional Rede Cegonha, tem realizado ações para reduzir número de cesáreas e procedimentos desnecessários ou que podem comprometer a saúde da mulher. Por meio da capacitação de profissionais, monitoramento e outras medidas simples foi possível  fazer a redução deste procedimento em casos que o mesmo não fosse necessário.

Em abril de 2014, o Programa havia informado a média nacional  de 40% de episiotomias ( corte efetuado na região entre a vagina e o ânus para ampliar o canal de parto ) por mês )  mas, em agosto do mesmo ano, apontou a positiva redução do procedimento para a média de 22,07%. Além disso, a garantia de outros direitos previstos  em lei como a presença do(a) acompanhante no momento do parto, em  ter a seu lado o (a) recém-nascido(a) em alojamento conjunto e principalmente a garantia à gestante do direito de escolha das circunstâncias e plano de parto  (como local, posição, intervenções da equipe médica)tem sido a meta do Plano Municipal de Humanização do Parto.


A promoção de troca de informações e  debates sobre a violência obstétrica, assim como de boas práticas de partos humanizados , são estratégias que a SMPM está implementando no sentido de contribuir para a garantida dos direitos reprodutivos das mulheres. No mês de maio, a SMPM promoverá um Seminário sobre violência obstétrica para as mulheres imigrantes do centro de São Paulo. Estarão presentes as Secretarias de Políticas para Mulheres, de Saúde, Direitos Humanos, Trabalho e Desenvolvimento. 

Temos realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde atividades de sensibilização, atualização sobre legislação e normas do Ministério da Saúde sobre a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, voltados para profissionais e gestores(as) da saúde do município, colaborando com a promoção e o respeito aos direitos reprodutivos. Neste sentido, o projeto Jovens Multiplicadores, a ser realizado na Casa Ser no bairro de Cidade Tiradentes busca o empoderamento  destas(es) jovens por meio de oficinas e formações a respeito de seus direitos sexuais e reprodutivos com a metodologia da formação em pares, na qual estes atuam sendo protagonistas da ação e da formação a ser multiplicada no território.

Como mais uma ação de valorização da maternidade ,recentemente  o Prefeito Fernando Haddad sancionou a Lei 16.161 determinando que todo estabelecimento localizado no município deve permitir o aleitamento materno em seu interior independentemente da área  ser separada ou não .Os locais que não respeitarem a lei serão punidos com multa. Essa iniciativa traz apoio e liberdade para as mulheres que  precisarem amamentar em locais públicos e saúde para as crianças que poderão usufruir mais do leite materno, comprovadamente  uma fonte alimentar completa.


Estas são algumas das  estratégias da gestão paulistana que  objetivam garantir condições para que a maternidade seja vivenciada de forma consciente, autônoma  e planejada, com alegria e segurança.