quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Paulo Amarante defende inclusão para pacientes com transtornos mentais

O pesquisador da ENSP Paulo Amarante participou, em 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, de evento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas. O seminário teve conferência sobre a reforma psiquiátrica no Brasil, ministrada por Amarante, e mesa-redonda sobre a desinstitucionalização e a construção de uma política de direitos e cidadania.
 
Leia a reportagem

Especialistas destacam a importância do trabalho de inclusão social para pacientes com transtornos mentais
 
Com o tema Desinstitucionalização e Saúde Mental, evento reuniu profissionais para abordar formas de construção de uma política de direitos e cidadania para as pessoas com sofrimento ou transtornos mentais
 
Foto: Carla Cleto
Repórter: Danielle Cândido
 
O fortalecimento da cidadania das pessoas com sofrimento ou transtornos mentais foi tema de discussão no evento promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para celebrar o Dia Mundial da Saúde Mental, nesta quinta-feira (10/10). A iniciativa aconteceu no auditório do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), no Farol, e contou com a presença do psiquiatra Paulo Amarante.
 
Segundo professor da Fiocruz Paulo Amarante, o tratamento de pessoas com sofrimento ou transtornos mentais em espaços de exclusão é um saber arcaico da psiquiatria. Para ele, a melhor forma de tratamento é a partir da convivência. “A desinstitucionalização nasce a partir do restabelecimento das relações, por meio da construção de uma rede de cuidado desenvolvida por estratégias de inclusão, a exemplo da arte”, esclareceu.
 
Um dos exemplos de inclusão foi a participação dos jovens do Grupo Musical do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) I, do município de Olho d’Água das Flores, que realizaram uma apresentação cultural durante o evento. Para Berto Gonçalo, gerente do Núcleo de Saúde Mental da Sesau, a iniciativa demonstra o resultado positivo que o cuidado representa para as pessoas que receberem um tratamento com inclusão social.
 
Ainda de acordo com Gonçalo, a desinstitucionalização nasce de um processo que inicia com a preparação da equipe de saúde para retirar os pacientes dos hospitais e levá-los à residência terapêutica, por meio do programa De Volta para Casa.
 
“A implantação da residência terapêutica está em fase de organização em Alagoas e será de responsabilidade do município, que tem de estruturar uma equipe de profissionais cuidadores com interlocução com o Caps”, explicou.
 
Caps – Alagoas avança na ampliação da rede assistencial por meio do crescimento dos Centros de Atenção Psicossocial, que atualmente possui 55 serviços habilitados em todo o estado. Por meio de uma cogestão (entre estado e município), será aberta uma unidade de acolhimento ao usuário de saúde mental em Maceió e, ainda, um Caps AD 3, que está em fase de qualificação.
 
Programação – O seminário teve conferência sobre a reforma psiquiátrica no Brasil, ministrada pelo psiquiatra Paulo Amarante, e mesa-redonda sobre desinstitucionalização e construção de uma política de direitos e cidadania, com participação da reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Rozangela Wyszomirska, Berto Gonçalo, além de representantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria de Saúde Mental de Maceió e da Secretaria de Estado de Defesa Social.