São Paulo – Os 30 municípios paulistas contemplados pelo Programa Mais Médicos receberão, em sua maioria, profissionais registrados no exterior. Um balanço divulgado na última quarta-feira (14) pelo Ministério da Saúde (MS) mostra que dos 134 que confirmaram participação, 79 estudaram fora do país - ou 59% do total. Na média nacional, os "importados" correspondem a 32% dos inscritos.
A cidade de São Paulo é a que atraiu mais estrangeiros: 19. Na sequência vem Guarujá (7), Indaiatuba (6), e Campinas, Carapicuíba e Praia Grande, com quatro cada. Esses profissionais são os únicos atraídos por cidades como Engenheiro Coelho, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Osasco, Rio Grande da Serra, Suzano e Taboão da Serra.
De acordo com o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems-SP) e secretário de saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, os paulistas são os que mais vão estudar fora do país.
“É natural que, depois de formados, queiram voltar ao seu estado para trabalhar e ficar perto de seus familiares”, disse. "Além disso, o estado oferece a maioria dos centros de excelência em Medicina, que é um fator decisivo para a continuidade de sua formação".
Segundo o Ministério da Saúde, 139 dos 645 municípios paulistas aderiram ao Mais Médicos, sendo que 15 deles estão na lista de localidades prioritárias do ministério. De acordo com o Cosems-SP, um terço (430) tem médicos em número abaixo da média nacional, que é 1,8 para cada grupo de mil habitantes.
Segundo o Ministério da Saúde, 139 dos 645 municípios paulistas aderiram ao Mais Médicos, sendo que 15 deles estão na lista de localidades prioritárias do ministério. De acordo com o Cosems-SP, um terço (430) tem médicos em número abaixo da média nacional, que é 1,8 para cada grupo de mil habitantes.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), de 2011, mostrou que a falta de médicos é o principal problema do SUS para 58,1% da população. A proporção de médicos por mil habitantes é bem maior em outros países. Na Argentina é 3,2, Portugal e Espanha, ambos com 4. Sem contar a distribuição desigual nas regiões. Em 22 estados eles estão abaixo da média nacional.
Até agora, o Mais Médicos atraiu 10% do total solicitado pelo conjunto dos municípios no país. Para Chioro, no entanto, os resultados parciais atendem às expectativas. E embora ainda não seja o momento de fazer prognósticos sobre o alcance do programa na redução do déficit desses profissionais, ele acredita que o programa deverá ser prorrogado, conforme previsto, para além desses primeiros três anos iniciais. "É preciso tempo para a formação de novos profissionais pelas vagas que serão ampliadas", disse.
Pela Medida Provisória 621, que institui o programa, serão abertas 11,5 mil vagas nos cursos de medicina no país até 2017 e 12 mil vagas para formação de especialistas até 2020. Desse total, 2.415 novas vagas de graduação já foram criadas e serão implementadas até o fim de 2014, voltadas para nas áreas que mais precisam de profissionais e que possuem a estrutura adequada para a formação médica.
O secretário de saúde de São Bernardo lembrou que o programa é fruto de pressões de prefeitos e secretários municipais, que de 2009 para cá passaram a priorizar a gestão do trabalho médico.
“Percebemos que as prefeituras disputavam médicos pagando altos salários e mesmo assim não conseguiam mantê-los em suas unidades de saúde pública”, disse. Em algumas localidades o médico chega a ganhar R$ 27 mil, somando o salário na atenção básica e alguns plantões.
Os alto salários, que muitas vezes são maiores que o do prefeito, têm impacto negativo sobre o orçamento dos municípios. Muitos deles chegam a investir entre 25% e 30% de seus recursos na saúde, comprometendo as finanças.