segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

8º Encontro - Dialogo- Ação na Atenção a Pessoas em situação de acumulo de animais e objetos



No dia 11 de Dezembro aconteceu o VIII ENCONTRO DIÁLOGO- AÇÃO TECENDO REDE CULTURA DE PAZ com a presença da Dra Ana Carolina Bautzer, psiquiatra do Melhor em casa, que contribui conosco no caminho, de conjuntamente estabelecer estratégias de ação na perspectiva da construção do protocolo de Atenção a Pessoas em situação de acumulo de animais e objetos. Estiveram conosco 13 pessoas, representantes das SUVIS Vila Maria e Capela do Socorro, STS Vila Maria, NPJ-Creas, Nasf e UBS, composta por médico psiquiatra e veterinária, Assistente Social, Psicólogos, Biólogos, Agente de Zoonoses e gestores.
Na introdução do assunto conversamos um pouco sobre as expectativas que temos de resolutividade rápida na atenção a estas pessoas, nos chamou a tenção de uma frase “ Deus abençoe esta bagunça”, e a importância de começarmos a pensar na aproximação com os recicladores. Pois na maioria dos casos o espaço da residência simbólica vai além do que estamos acostumados a lidar. Também nos ficou claro que é o diagnostico que vai determinar as intervenções.
As situações de acumulo já esta dentro das patologias de Saúde Mental, consideradas pessoas com transtorno de acumulo. Pensar nas situações de acumulo como potencial de um sintoma social, que nos obriga a realizar intervenções com todas as pessoas do entorno.
Fica a questão como incluir o entorno? Como faze-los entender que estes fazem parte do sintoma?
Também temos que avaliar as questões de comorbidades, as questões hormonais, ou seja ir além das questões sanitárias.
Uma das sugestões pensadas e de envolver estudantes de psicologia para realizar um diagnóstico do entorno. Sabemos que todas estas pessoas com transtorno de acumulo estão em situação de isolamento social e extrema vulnerabilidade. Os vínculos estão nos objetos ou nos animais. Sendo de suma importância a flexibilidade dos profissionais na atenção e cuidado a estas situações. Realizar as intervenções sem expectativas e com despretensões. Realizar as visitas com uma “escuta despreocupada”, acolhendo o sofrimento da pessoa com transtorno de acumulo.
Questão da inserção de medicamentos e controle dos horários de tomada dos mesmos, bem como a coleta de exames que se fizerem necessários e algo que as equipes de atenção a estas pessoas tem que pensar, pois já se percebe que as mesmas, na sua grande maioria, não frequentam espaços de saúde e tem uma outra noção de tempo e espaço. Assim entendemos que temos um buraco na assistência domiciliar em saúde mental.
Outra intervenção necessária é em termos de organização financeira e uma avaliação social. Alguns destas recebem benefícios mas não se organizam nas despesas. A organização do pensamento- ação também está comprometida, tendo que ter ações e intervenções, neste sentido.
Entendemos que podemos pensar nesta ação dentro do Núcleos de  Prevenção a Violência- NPV pois estes transtornos estão dentro do quadro de Violência auto infligida, já que a pessoa se coloca constantemente em situação de risco.
Nosso próximo encontro será dia 22 de Janeiro excepcionalmente em função de férias de muitos dos participantes. Em fevereiro retomamos as segundas quartas feiras do mês. Para próximo encontro temos uma tarefa de organizar  um evento para compartilharmos experiências, com data prevista para maio (semana de luta antimanicomial de 12 a 17 de maio). Temos que levantar temas para as inscrições de trabalho.
Terminamos o mesmo com levantamento dos sentimentos: Organização de pensamento, acompanhada, fortalecida, hora de estar junto, aprendizagem, esperançoso, motivado, somos rede e não pessoas, bem acompanhada, feliz, avanço, ouvida.

Ata redigida por
Regina Maria Faria Gomes
Supervisão Técnica de Saúde de Vila Maria/Vila Guilherme
 Assistente Técnica