sábado, 25 de janeiro de 2014

ABORDAGEM E ACOLHIMENTO À PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA

Por Cláudio Candiani

















Acolhimento é muito mais do que receber o usuário de forma acolhedora. Acolher é compreender a sua demanda para além da queixa principal apresentada, é perceber esse cidadão no seu contexto social e inseri-lo em uma rede de atenção à saúde em que a atenção básica é a coordenadora do cuidado.


Na abordagem inicial do usuário, a equipe deve priorizar uma observação e escuta qualificada, que
necessariamente passam pela valorização e respeito aos diversos saberes e modos de viver dos indivíduos, possibilitando a construção de vínculos de confiança junto a essa população, que se reproduz em processos relacionais no cuidado integral à saúde.

Quando se trata de população em situação de rua (PSR), a abordagem e o acolhimento são de fundamental importância para a produção do cuidado, tendo em vista que esse grupo social é historicamente marcado por um processo de exclusão dos serviços de saúde, onde a sua presença se traduz em forte incômodo tanto para os profissionais de saúde quanto para os demais usuários, ficando quase sempre renegado o seu direito à atenção integral à saúde e, quando muito, apenas é atendido nas emergências.

Dessa forma, a PSR, além de enfrentar uma variedade de barreiras para uso dos serviços de saúde, como a limitação, muitas vezes, tem dificuldade de identificar o local apropriado para procurar assistência.

São poucas as equipes de saúde específicas e as eSF tradicionais, com a lógica hegemônica da
territorialização rígida, nem sempre têm as portas abertas a esse grupo social. Os serviços de urgência,
em sua maioria, são distantes e inacessíveis. Longas esperas podem significar perda de refeições ou
acesso a abrigamento. Processos complicados de registro que exigem identificação são fatores que desencorajam a busca. A falta de simpatia/sensibilidade da equipe ou a inabilidade de um único local
atender à variedade de problemas apresentados pelos moradores de rua são barreiras adicionais.





























A produção de uma rede de cuidado traz consigo a proposta da humanização de ações e serviços de
saúde e, como consequência, a responsabilização de todos os trabalhadores e gestores em construir,
com os usuários, transformações concretas na prática cotidiana das unidades de saúde. Dessa forma, a
rede de cuidado implica a reorganização da atenção em saúde em todos os níveis, no âmbito do SUS,
garantindo a integralidade e coordenação do cuidado como diretrizes importantes para a atual Política
Nacional de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

Fonte http://media.wix.com/ugd/7ba6db_95cb361af7884b56805a4f376bb83a57.pdf