Entre 1989 e 2010, um a cada três fumantes brasileiros deixaram de fumar por causa da redução de propagandas de cigarro. É o que aponta o relatório Política Internacional do Controle do Tabaco sobre o Brasil. Os dados também revelam que o tabagismo poderia ser reduzido em até 7%, até 2050, se as propagandas de cigarro fossem totalmente proibidas. O estudo, coordenado no Brasil pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), foi lançado nesta terça-feira em Brasília.
A secretária executiva da Comissão do INCA para Controle do Tabaco, Tania Cavalcante, conta que o objetivo do relatório é chamar a atenção da população para os riscos da doença. “A Organização Mundial de Saúde traz para reflexão em nível global o papel da propaganda e da promoção de produtos do tabaco como um determinante da expansão do tabagismo e, principalmente, chama a atenção para que a proibição total dessas atividades ajudará os países a reduzir a prevalência do tabagismo e, principalmente, reduzir as morte por doenças tabaco-relacionadas entre elas câncer, doenças respiratórias crônicas, as cardiovasculares e o diabetes.”
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabaco mata cerca de 10 mil pessoas por dia e é a principal causa de morte no mundo. Pensando nas consequências da dependência, o aposentado Raimundo de Souza que fumou por quase 40 anos decidiu largar o cigarro. “Quando eu fumava eu andava cansado, hoje eu não sinto mais cansaço, com cigarro não é bom, fede, é um negócio muito nojento, a gente fica com os dedos amarelos, os dentes. Eu digo, vou parar, eu falei comigo mesmo, vou parar e parei mesmo, opinião, porque é difícil sabe, cigarro é uma droga, é um vício, não vou fumar mais não.”
O relatório Política Internacional do Controle do Tabaco sobre o Brasil foi realizado com adultos fumantes e não-fumantes no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto alegre em 2009 e entre 2012 e 2013.
Fonte: Hortência Guedes / Web Rádio Saúde