Correio Braziliense
17/06/2013
Brasil
Gastos com remédios por
ordem da Justiça somam R$ 355 milhões em 2012
O SUS, no entanto, vem conseguindo cada vez
mais vitórias nos tribunais ao demonstrar que já fornece drogas e tratamentos
similares
Julia Chaib -
Cidades
Presidente de
uma associação que reúne portadores de uma doença rara chamada
mucopolissacaridose, Regina Próspero ajuda os pacientes a garantirem acesso ao
tratamento, baseado em remédios de alto custo que não estão incluídos na lista
do Sistema Único de Saúde (SUS). A solução, nesses casos, é a Justiça. “Temos
aproximadamente 400 processos em curso”, informa Regina. As ações judiciais são
movidas contra municípios, estados e a União. Em relação a essa última,
representada pelo Ministério da Saúde, os gastos determinados judicialmente
para fornecimento de medicamentos, equipamentos e insumos — além de depósitos
judiciais e repasses a estados e municípios — atingiram recorde no ano passado:
R$ 355 milhões. Segundo a pasta, 71% desse total, equivalentes a R$ 255
milhões, foram destinados à aquisição de 10 drogas usadas no tratamento de
doenças raras, que atingem, no máximo, uma pessoa em cada grupo de 2 mil
habitantes. Foram beneficiadas 661 pessoas, entre elas, os doentes com
mucopolissacaridose.
O diretor
jurídico do Instituto Oncoguia, Tiago Farina Matos, associa a crescente
judicialização da saúde ao acesso mais amplo da população à Justiça. “Temos a
Defensoria Pública criada e estruturada em quase todos os estados. Aliado a
isso, as pessoas estão mais conscientes de seus direitos. Quando não podem
arcar com o custo de um advogado, vão à Defensoria ou recorrem a associações,
por exemplo.”
Matéria Completa na edição impressa.
O Globo
17/06/2013
Saúde
Especialistas discutem
relação entre consumo seguro e saúde
Na 1ª semana nacional sobre o tema,Inmetro,
Anvisa e Senacon buscam ação articulada
Produtos infantis são os principais
causadores de acidentes de consumo no país
Experiências nacionais e internacionais
serão debatidas em Brasília
Andrea Freitas (Email · Facebook ·
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RIO - Nem todo
risco de um produto é evidente. E, para tornar esses riscos mais claros, é
preciso que consumidores e autoridades regulamentadoras saibam onde eles estão.
Com o objetivo de tornar essa questão mais explícita, especialistas vão se
reunir em Brasília, de segunda a quarta-feira, na 1ª Semana Nacional de Consumo
Seguro e Saúde.
Ao longo
desses três dias, os debates terão como meta adotar medidas para a prevenção de
produtos e serviços que ofereçam riscos à saúde e à segurança da sociedade. A
série de eventos, promovidos por Inmetro, Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), termina com a
realização do 2º Seminário Internacional de Consumo Seguro e Saúde, no dia 19.
— A semana tem
como foco o consumidor. Queremos que ele se sinta próximo a essa questão e
reconheça a sua importância na cadeia de consumo. Afinal, o barato pode sair
caro — afirma Paulo Coscarelli, diretor-substituto de Avaliação da Conformidade
(Dconf) do Inmetro.
Falta de visão
crítica
Andréa
Sanchez, diretora de Programas Especiais do Procon-SP, afirma que no Brasil
ainda reina uma cultura que não enxerga os acidentes de consumo como uma falha
no produto.
— Não temos
uma visão crítica que identifique o que pode ser um acidente de consumo. O
consumidor ainda acha que ele é o culpado pelo problema. Se ele seguiu as
instruções e houve uma falha, um dano, isso é um acidente de consumo — explica
Andréa.
E para que a
temática chegue de forma efetiva ao consumidor, autoridades regulamentadoras,
legisladores, representantes da sociedade civil e especialistas vão discutir
formas de fortalecer a troca de informações sobre acidentes de consumo e de
construção de uma rede de consumo seguro.
— No primeiro
dia, por exemplo, vamos realizar uma oficina sobre acidentes domésticos com o
Ministério da Saúde. Queremos que o órgão se engaje nesse tema, porque as
informações de registro do que aconteceu com as pessoas que chegam aos
hospitais é importantíssimo para avaliar se um produto oferece ao algum risco —
diz Coscarelli.
De acordo com
o diretor do Inmetro, os acidentes domésticos são o maior causador de morte de
crianças no Brasil. Não há números, no entanto, sobre quantos desses acidentes
são causados por problemas no uso de um determinado produto conforme as
indicações do fabricante, o chamado acidente de consumo.
— Essa falta
de dados nos impede de saber quais os riscos atrelados a um determinado produto
e como exatamente aquela situação ocorreu. Com o fortalecimento dessa rede,
será possível rastrear os riscos e agir de forma preventiva — diz Coscarelli.
Mapeamento de
produtos e riscos
Com mais
conhecimento, o consumidor também pode dar mais valor à segurança na hora da
compra. Além disso, fica mais fácil compreender a importância de registrar todo
e qualquer problema acidente de consumo.
Para que isso
se torne uma realidade, a articulação entre órgãos públicos federais, estaduais
e municipais precisa ser aprimorada, já que fortalecer a rede de informações
sobre acidentes de consumo permite mapear melhor os produtos e seus riscos.
— O
desenvolvimento da sociedade de consumo e o avanço da globalização trouxeram
novos riscos para o consumidor. Nosso objetivo é estimular a criação de redes
locais de consumo seguro e saúde que integrem os órgãos estaduais e municipais,
propiciando maior eficiência e efetividade nas ações de monitoramento dos
mercados e promovendo a proteção do consumidor e um ambiente de concorrência
justa entre empresas, em sintonia com as práticas promovidas pela Rede de
Consumo Seguro e Saúde das Américas — destaca Coscarelli.
Para Andréa,
do Procon-SP, a série de encontros em Brasília permite discutir mecanismos de
divulgação e ferramentas de captação de informações importantes sobre consumo
seguro, e articular como todos os órgão envolvidos podem ajudar.
Segundo Carlos
Thadeu de Oliveira, diretor do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec), apesar de ainda estarmos engatinhando na construção dessa rede, há
iniciativas locais que podem dar frutos e a discussão do tema esta semana
coloca a questão da segurança e da saúde em primeiro plano.
Quem participa
da discussão
Além de
Inmetro, Anvisa e Senacon, os debates terão a presença de representantes do
Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la
Propiedad Intelectual, do Peru, e da Superintendencia de Industria y Comercio
da Colômbia. Também haverá representantes da Associação Brasileira de Produtos
Infantis (Abrapur), da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), do Idec, do Conselho Nacional de Combate à Pirataria
(CNCP/MJ), do Instituto Brasileiro de Estudos da Concorrência, Consumo e
Comércio Internacional (Ibrac), além da Vigilância Sanitária e de órgãos
públicos de defesa do consumidor.
O Globo
17/06/2013
Saúde
Pessoas que nasceram entre
1945 e 1965 devem fazer o exame que detecta a hepatite C.
Teste está disponível na
rede pública
Extra
Nascidos entre
1945 e 1965 devem procurar uma unidade básica de saúde (postos ou Clínicas da
Família) e fazer um teste de hepatite C. O alerta, dado no Brasil pela
Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH), foi lançado nos
Estados Unidos após a constatação de que essas pessoas têm cinco vezes mais
riscos de estarem contaminadas.
A explicação é
que tal geração cresceu numa época em que eram comuns o uso de seringas de
vidro e transfusões de sangue não testados para a hepatite C, só descoberta em
1989.
Segundo o
hepatologista Giovanni Faria Silva, da Universidade Estadual Paulista, a
testagem é necessária porque a doença não apresenta sintomas em 95% dos casos,
sendo comum o diagnóstico já em estágio avançado.
- Depois de 20
anos, a infecção evolui para cirrose em 25% dos pacientes, tudo de forma
assintomática. A cirrose provoca a falência do fígado e, se não tratada, leva à
morte - diz o médico.
O teste de
hepatite C é feito por meio de exame de sangue, que detecta a presença de
anticorpos contra o vírus no organismo. Caso dê positivo, um outro exame, que
analisa o material genético do vírus, é feito. Mais um positivo aponta a
necessidade de biópsia do fígado para indicação de tratamento.
O publicitário
e presidente da ABPH, Humberto Silva, de 48 anos, conta que viveu 38 anos com a
hepatite C sem saber. Há dez anos, ele foi ao médico, que solicitou o exame de
sangue específico.
- Eu já estava
com cirrose hepática. Descobri assim, em cima da hora. Se não fosse isso,
estaria morto. Deus mandou um anjo para me anunciar a doença - conta Humberto,
que contraiu o vírus aos 8 anos, quando se submeteu a uma cirurgia de
apendicite. - Recebi sangue contaminado.
Humberto
afirma que, hoje, está curado do vírus, mas não da cirrose:
- Sou um
sobrevivente da hepatite C. Cerca de 80% dos casos têm cura completa.
Ele alerta
para a importância de se fazer o teste de hepatite C:
- Quanto mais
cedo vier o diagnóstico, mais fácil é a cura. A pessoa pode estar morrendo sem
saber, como eu estava. Estima-se que 3 milhões de pessoas tenham hepatite C,
mas só 12 mil sabem e estão sendo tratadas.
Folha de S. Paulo
17/06/2013
Ciência e Saúde
Cães facilitam aceitação da
terapia
DE SÃO PAULO
O Ambulatório
de Autismo da USP já usa há quatro anos a "pet terapia", que ajuda as
crianças com o transtorno a se tornar mais abertas ao tratamento. "São
cães treinados para não latir e não reagir a puxões", diz Estevão Vadasz,
coordenador do ambulatório.
Vadasz diz que
pesquisas já mostraram que o contato das crianças com cachorros aumenta os
níveis da oxitocina, o hormônio da empatia.
"O uso
desse hormônio para o autismo vem sendo estudado há alguns anos e sua produção
ajuda o terapeuta no tratamento."